Saio pra labuta. Luta. Luto pelo pão seco de cada dia, que não é capaz de alimentar a minha alma. Luto, pelos miseráveis que morreram, porque perderam o amor e a sensibilidade e assim seus corações viraram migalhas, migalhas de um tempo sem sonhos. Visto preto, vou pra noite, luto pra encontrar e também me perder.
Minha alma reluta, quer voar...tem se sentindo tão só nesta cidade de não sei quantos mil habitantes. Vou pra lutar, me armo e saio para enfrentar o dia escuro lá fora. Visto-me, mas me sinto tão frágil que parece que estou nua.
E a noite, minha fiel escudeira, dona da minha boemia, hoje, se tornou a minha adversária. Porque à noite, me lembra de você, porque a noite é o seu olhar. É negra, convidativa, perigosa, cheia de estrelas e quer me cegar.
Estou de luto porque o meu coração está morrendo, está parando de bater, não tem mais porque bater. Não posso me tornar uma miserável, tenho que sair pra labuta, lutar pelo pão seco de casa dia, que não alimenta minha alma, mas preciso viver. Viver nem que seja pra vestir luto. Luta. Perdi a batalha pelo amor. Perdi a batalha, amor.
Por: Raquel Simen
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